sexta-feira, 21 de março de 2014

transtorno sensorial



Você tem que cortar a etiqueta de todas as camisas do seu filho? Reações intensas a visão, audição, olfato e tato?

Algumas crianças são super sensível, mas às vezes é mais do que isso. O Transtorno de Processamento Sensorial é uma condição comumente associada com o autismo, mas algumas crianças que não são autistas também tem os sintomas.


Coordenação...

Fonte: https://www.facebook.com/eliaspatricia

Lembrancinhas de Páscoa


Lembrancinhas de páscoa, feitas com filtros de café e forminhas de papel...
Cestinhos de flor e cenouras, recheadas de gostosuras! 
Atividade para ser desenvolvida com as crianças, reutilizando rolinhos de papelão... assim, colaborarão na decoração das festividades de páscoa! (:
Como Fazer:
Lembrancinhas de páscoa:
Para o coelhinho, pezinhos e carinhas em EVA.
Depois das pecinhas cortadas, é só colar nos bombons...

Fonte: https://www.facebook.com/ReciclagemJardinagemEDecoracao

quarta-feira, 5 de março de 2014

Pareamento de número x numeral

Uma atividade simples que desenvolve o reconhecimento dos números e numerais, favorece o desenvolvimento da percepção visual, memória, atenção e concentração através do pareamento das cartelas.


Para fazer este material, usei um pedaço de papelão forrado com contact preto, velcro e cartelas com os números representados através de algarismos, palavras e desenhos.
Tabuleiro de papelão forrado com contact preto e pedaços de velcro

cartelas com os números representados através de algarismos
.... desenhos...

...e palavras.
Cartões com números de 1 a 10 representados através de algarismos, desenhos e palavras.

tabuleiro com número de 1 a 10 representando pelos algarismos indu-arábicos

A criança poderá parear o numeral indo-arábico com os desenhos.

O numeral indo-arábico com as palavras.

Ou o desenho com o numeral indo-arábico


Fonte: 
http://atividadesdaprofessorabel.blogspot.com.br/

Jogo do Picolé cores variadas

Para montar este jogo usei EVA de diversas cores e tons variados.


Colei com cola quente e deixei o meio dos picolés descolados para que os palitos pudessem deslizar dentro e fora do picolé. Na ponta dos palitos colei EVA na mesma cor do topo.


Para jogar,  as peças devem estar espalhadas sobre uma mesa ou no chão e os palitos separados doa picolés. As crianças deverão fazer a correspondência encaixando o palito no picolés da mesma cor.





















































terça-feira, 4 de março de 2014

Um homem... uma inspiração... uma esperança


 Imagine que fosse possível ter um poder especial. O ser humano, desde muito cedo, é fascinado por poderes: invisibilidade, poder de voar, visão raio-X... esses são alguns poderes que podemos ver em super-heróis, mas nem sempre pensamos no poder real que nós, humanos, podemos ter.
      Nos deparamos com pessoas de poder real no mundo e nem sempre prestamos tanta atenção nelas. São pessoas diferentes, que conseguem usar seu "dom" para fazer mudanças significativas na vida das pessoas.
      Nós, que escolhemos a área da educação, em algum momento, vislumbramos a força desse poder de transformação de outras pessoas. A educação é uma ferramenta extremamente perigosa, pois tem a possibilidade de mudar o mundo.
       Faço esta postagem em homenagem ao grande líder Nelson Mandela, que pôde mostrar ao mundo inteiro a poder do homem real. Ele optou por ser um advogado e os advogados também fazem sua opção pela carreira possivelmente por visualizar uma possibilidade de mundo melhor.
       Conhecer direitos e deveres foi a forma que Nelson Mandela encontrou de lutar pelo que acreditava e de mostrar a todos que é sim possível a mudança. Ele não mostrou tudo isso apenas por sua profissão, mas sim por sua essência. A perseverança em buscar o que julgava correto e a persistência em apoiar seu movimento o levaram a um reconhecimento mundial muito difícil de alcançar.
        Não há nação que possa negar o quanto ele lutou pelo que acreditava e tudo o que ele alcançou com perseverança e persistência. Estudou, se engajou em movimentos, ficou preso por mais de vinte anos, mostrou a todos o quanto valia seu sonho.
        Suas opiniões, pensamentos, frases, são divulgados em praticamente todos os idiomas, pois suas ações demonstraram o quanto era importante ser ouvido.
        Em sua lida diária, o professor também almeja ser ouvido. O sonho de poder mudar o mundo para melhor, poder transformar aquele aluno de tal forma que ele consiga enxergar o futuro com um sorriso nos lábios e determinação no brilho de seus olhos, faz com que o professor busque sua inspiração diariamente.
         Não podia, então deixar de homenagear esse homem, que serviu de inspiração a tantas pessoas, que recebeu reconhecimento mundial por seus atos e que trouxe a outros tantos homens algo que poucos conseguem transmitir: a esperança.
          Perseverar e persistir, buscando meios de alcançar seus objetivos é algo realmente forte, que pode difundir sentimentos em outras pessoas, pode servir de inspiração futura e ainda trazer à tona aquela luz imaginária com poder real a que chamamos de esperança.
           Certamente Nelson Mandela conquistou seu lugar na história, mas não devemos encarcerá-lo em livros, mas sim usá-lo como um exemplo real de inspiração, de motivação, de ESPERANÇA.
            Que descanse em paz e seja sempre lembrado em nossos corações.

Fonte: Janaína Spoliadorio

Mentes Inquietas: Distinguindo a criança TDA



Com a intenção de facilitar o acesso ao conhecimento a quem não pode pagar e também proporcionar a oportunidade de conhecerem um pouco da obra. Escolhi um título... Distinguindo a criança TDA.


por Ana Beatriz Barbosa Silva


TDA é caracterizado por três principais sintomas: 
distração, impulsividade e hiperatividade. Sendo estas três características um 
tanto comuns na população infantil, como distinguir uma criança TDA de uma 
”normal”? Afinal, são típicas da infância a agitação, as correrias, a falta de atenção 
em atividades encadeadas e um tanto prolongadas, principalmente se não tiverem 
algum atrativo especial. 
 O sinal que pode diferenciar uma criança TDA de outra que não seja é a 
intensidade, a freqüência e a constância daquelas três principais características. 
Tudo na criança TDA parece estar ”a mais”. Ainda mais agitada, mais bagunceira
 e mais impulsiva, se for do tipo de alta atividade e significantemente mais 
distraída, dispersa e não-perseverante, se for daquele tipo mais desatento 
(certamente, um personagem fictício que melhor exemplifica uma criança TDA de 
tipo desatento é Calvin, das tiras em quadrinhos ”Calvin e Haroldo”). O principal 
instrumento de um médico, de um psicólogo ou de outro profissional habilitado que 
queira avaliar a possibilidade de uma criança ser TDA é pura e simplesmente a 
observação. Mas, claro, uma observação muito especial. um observador que deve 
estar treinado a captar as nuances, não só no comportamento manifesto da 
criança, como também deve ”pescar”, nos relatos de pais e/ou cuidadores, 
professores e de outras pessoas que convivam com a criança, os fatos e 
acontecimentos que caracterizariam uma criança com TDA. Além disso, deve 
saber utilizar critérios de comparação. Uma criança pode ser TDA, se aquela 
tríade de funcionamento for muito mais intensa e freqüente, quando comparada 
com crianças de mesma idade. Portanto, deve-se conhecer profundamente o 
comportamento e as características infantis de uma forma geral, e não somente 
daquelas que apresentam algum tipo de transtorno. E, além de tudo, precisa 
desenvolver a fina sensibilidade de um investigador aliada ao pensamento lógico 
do cientista. 
 De forma resumida, seguem algumas dicas ou itens que podem auxiliar, no 
sentido de dar o primeiro passo rumo ao diagnóstico de TDA em uma criança (um 
resumo mais específico das características já descritas para o TDA em geral): 

1. Com freqüência mexe ou sacode pés e mãos, se remexe no assento, se 
levanta da carteira. Não consegue manter-se quieta, mesmo em situações em 
que se espera que o faça. É o tal ”bicho-carpinteiro”, o ”prego na carteira”, o 
”motorzinho nas pernas” etc. 

2. É facilmente
 distraída por estímulos externos. A criança TDA tem a atenção 
tão dispersa que qualquer estímulo, um barulho, um movimento, a impede de 
concentrar-se em alguma tarefa por muito tempo. Principalmente se a tarefa for 
obrigatória e não despertar nenhum interesse especial. É muito difícil para ela fixar 
a atenção no que o professor diz se pela janela vê pessoas passando ou mesmo 
ouve sons produzidos por seus coleguinhas. Sua mente é um radar girando o 
tempo todo em busca de novidades. Pode ser apelidada por seus coleguinhas de 
”ouvido tuberculoso”. 

3. Tem dificuldade de esperar sua vez em brincadeiras ou em situações de 
grupo. Esperar em filas é um suplício para uma criança TDA, assim como esperar 
sua vez em brincadeiras; freqüentemente interrompe os coleguinhas e fala 
excessivamente. Por isso, é muito comum ser considerada uma criança 
encrenqueira por supervisores do colégio (que não conheçam o TDA) e ter 
dificuldades de relacionamento com os coleguinhas. Aqui, ela assume a figura do 
”furão”, ”entrão”, ”abelhudo”, entre outras. 

4. Com freqüência dispara respostas para perguntas que ainda não foram 
completadas. Isso acontece porque, tão logo venha algo à mente de uma criança 
TDA (e de grande parte dos adultos também!), ela coloca em palavras, muitas 
vezes atropeladamente — afinal, a velocidade de sua língua não consegue se 
equiparar à de seu cérebro. Isso é uma conseqüência da impulsividade. A criança TDA não consegue parar ou filtrar o fluxo de idéias que eclodem em sua mente. E 
lá vai ela ser apelidada de ”linguaruda” ou algo do gênero. 

5. Tem dificuldade em seguir instruções e ordens. A criança TDA não quer se 
insurgir contra a autoridade, ou seja, não é exatamente rebelde. Faz as coisas ao 
seu jeitinho e insiste nisso. É quase sempre considerada muito teimosa. A ”mula 
empacada” da família e da turma. É praticamente certo que ela irá levar essa 
característica para a vida adulta. 

6. Tem dificuldade em manter a atenção em tarefas ou mesmo atividades 
lúdicas. A criança TDA se entedia rapidamente. Sua atenção é fluida e 
escorregadia. Metaforicamente, muda de estado físico repentinamente. Lembra 
das aulas no primário, das mudanças súbitas no estado físico das substâncias? 
Sua atenção pode ser vaporosa durante atividades prolongadas e encadeadas de 
caráter obrigatório ou mesmo em brincadeiras de grupo que envolvam regras. No 
entanto, pode subitamente solidificar-se e tornar-se dura como gelo, se 
determinada atividade a estimula ou encanta. Assim como pode sublimar-se 
repentinamente, se algo mais interessante a distrair ou enfastiar-se simplesmente 
da atividade atual. Um exemplo comum é o vídeo game. Tais jogos unem 
estímulos de diversos tipos, de forma sincrônica e simultânea, comumente em 
grande velocidade. São imagens vivas, coloridas e dinâmicas acompanhadas por 
sons vibrantes que correspondem às ações empreendidas pela criança no jogo. 
Muitos pais e/ ou cuidadores, ao observarem seus filhos entretidos profundamente 
nesses jogos, sem se lembrar de comer ou de quaisquer outras atividades, 
seguramente tenderão a concluir que seus filhos são preguiçosos e irresponsáveis. 
Mas o fato é que as características desses jogos conseguem ativar o cérebro de 
uma criança TDA de tal forma que atividades rotineiras e encadeadas não podem, 
pois não possuem as características dinâmicas necessárias. O grande ”clique” 
seria unir atividades educativas com meios multimídia, e já estão sendo feitos 
vários desenvolvimentos nesse sentido. 

7. Freqüentemente muda de uma atividade inacabada para outra. Esta 
característica está intimamente encadeada com a anterior. Quando estão 
entretidos em uma tarefa ou projeto, crianças TDA acabam pensando em ”n” 
outras coisas diferentes para fazer. E fazem! Da mesma forma que uma idéia que 
vem à mente dessa criança é imediatamente traduzida em palavras, muitas destas 
idéias também são imediatamente postas em prática. Novamente a impulsividade 
sobrepuja. Como acabam fazendo (e pensando) muitas coisas ao mesmo tempo, 
deixam passar detalhes e cometem erros pela desatenção. E a ansiedade 
acarretada pelo fato de ter muitas coisas a fazer contribui para diminuir mais ainda 
sua capacidade de concentração. Precisam de muito incentivo e estruturação para 
levar a cabo suas tarefas. 

8. Tem dificuldade em brincar em silêncio ou tranquilamente. Imagine uma 
bola voando entre móveis e peças decorativas da sala. Objetos sendo derrubados 
durante uma corrida. Gritos e imprecações. Imaginou? É isso mesmo. Esta 
assertiva é auto-explicável. 

9. Às vezes fala excessivamente. É bastante comum que uma criança TDA dê 
voltas em torno de um assunto antes de conseguir chegar ao ponto. Ou pode ser 
que no meio da fala esqueça o ponto e acabe falando de outras coisas. Pode ser 
vista como ”enrolona” por pessoas menos compreensivas. Esta característica está diretamente relacionada ao item 4. Como a criança TDA é assaltada por um fluxo 
incessante de idéias e imagens, ela tem dificuldade de ser concisa e objetiva ao 
falar. É comum que um assunto puxe outro, que puxa outro e no instante seguinte 
já não sabe mais por que está falando aquilo ou mesmo o que estava falando 
antes. É importante que pais e/ou cuidadores e professores tentem ser 
compreensivos e mesmo aprendam a enxergar o lado divertido dessas 
características e brincar com a criança sem fazê-la se sentir inadequada, 
ajudando-a a se concentrar no assunto em questão. 

10. Vive perdendo itens necessários para tarefas ou atividades escolares. Se 
a criança é ”avoadinha” e freqüentemente esquece de fazer o trabalho de casa ou 
de levar o lanche para a escola, fique atento. Podem ser sinais de desatenção e 
lapsos de memória típicos do TDA, e não necessariamente irresponsabilidade ou 
imaturidade. 


Crianças problemáticas e crianças com TDA 

 Como já foi visto, a criança TDA é em tudo mais intensa, quando em 
comparação com as outras. Ela é mais colorida, mesmo que vestida em discretos 
tons pastéis, já que dificilmente passa despercebida. Um aspecto distintivo entre 
crianças TDAs e não-TDAs é que os sintomas de comportamento TDA 
independem de problemas emocionais, ambientais e sociais. Algumas crianças 
podem causar a falsa impressão de serem TDAs se estiverem passando por 
problemas, constantes ou passageiros, que podem contribuir para deflagrar ou 
intensificar comportamentos agitados ou falta de concentração e atenção. Uma 
criança pode apresentar-se indisciplinada e com baixa tolerância à frustração e 
possivelmente não ser TDA, já que na investigação de sua história pode ser 
constatado que ela é oriunda de um ambiente em que características 
comportamentais como disciplina e contenção não são valorizadas. Pode também 
não estar recebendo atenção suficiente ou sofrendo maus-tratos. O importante é 
que todos os fatores que possivelmente possam estar contribuindo para algum 
comportamento inadequado por parte da criança devem ser cuidadosamente 
investigados e considerados como fatores de exclusão para um diagnóstico de 
TDA ou mesmo fatores que intensifiquem o TDA pré-existente. Como já foi 
ressaltado, é importante ter em mente que fatores que se constituem em situações 
de desconforto, precariedade e sofrimento podem até intensificar o funcionamento 
TDA pré-existente de uma criança, mas não a caracterizam como TDA se ela 
apresentar comportamentos semelhantes em função de suas dificuldades. O TDA 
simplesmente independe de tais variáveis. É um funcionamento de origem 
biológica, marcado pela hereditariedade que irá manifestar-se no comportamento 
infantil já bem cedo, antes dos sete anos de idade, sendo ou não esta criança 
oriunda de um ambiente hostil e estar passando por problemas. Mesmo no lar 
mais estruturado e seguro uma criança TDA irá comportar-se como tal. 
 A intensidade do desconforto trazido para a família pode ser manejada 
através de formas específicas de lidar com essas crianças. A criança TDA pode 
dar tudo de si e deixar fluir sua criatividade e entusiasmo inatos se for 
corretamente estimulada. Mais do que nenhuma outra, a criança TDA responde 
maravilhosamente bem sob o calor do incentivo, e os elogios e recompensas constantes se constituem no melhor aditivo para a já grande quantidade de 
combustível com a qual elas foram dotadas. Mas, por outro lado, também mais do 
que nenhuma outra, a criança TDA murcha e se retrai sob o peso das críticas 
excessivas e da falta de compreensão. Ela pode responder através de um 
cabisbaixo recolhimento ou pela erupção de comportamentos agressivos e 
impulsivos. Pode virar de pernas para o ar o ambiente, para que fique semelhante 
à maneira como se sente interiormente: confusa e sem chão. 
Dificuldades específicas da criança TDA e conclusões errôneas 
 É comum que as pessoas interpretem a tendência à distração e 
impulsividade de uma criança TDA como sinal de parca inteligência, ou que as 
considerem simplesmente como tolas, com idade mental inferior à de outras 
crianças de mesma idade cronológica. O porquê disso será examinado a seguir. 
 Como conseqüência da hiperatividade/impulsividade, a criança TDA faz 
primeiro, pensa depois. Reage irrefletidamente à maioria dos estímulos que se 
apresentam. Não porque seja mal-educada, imatura ou pouco dotada 
intelectualmente. Isso se deve ao fato de o TDA apresentar a área cerebral 
responsável pelo controle dos impulsos e filtragem de estímulos — córtex pré-
frontal — não tão eficiente. Há um substrato orgânico determinando essa 
característica. A diferença para uma criança pura e simplesmente mal-educada é 
que a criança TDA sente que isso acarreta prejuízos e reprimendas. O insight 
problema aumenta no decorrer do desenvolvimento e ela pode ser ensinada sobre 
o que é certo e errado, e sem dúvida aprenderá (se estiver suficientemente atenta, 
é claro). Justamente por isso consegue entrever as conseqüências de seu 
comportamento impulsivo, mas, tendo dificuldades em contê-lo, sofre e absorve 
todas as críticas que desabam incessantemente sobre ela. Se essa criança não for 
efetivamente o que se considera uma criança mal-educada (embora a junção 
dessas duas características possa ocorrer, de alguma forma sentirá essa 
inadequação, além de ouvir as constantes reprimendas. Ela sofre. Sendo muito 
nova para refletir sobre tais questões ainda tão complexas de convivência social e 
outras em que o controle de seus impulsos seja necessário e desejável, se sentirá 
deslocada e, de alguma forma, defeituosa. 
 Tampouco pode ser considerada pouco inteligente por isso. Na verdade, 
com extrema freqüência, a criança TDA é bastante inteligente e criativa. Pode 
aparentar imaturidade em relação a outras crianças de mesma idade, no aspecto 
emocional e no comportamento manifesto, mas não em relação à capacidade 
cognitiva. Com o tratamento adequado, aquela criança aparentemente imatura 
equipara-se às demais. 
 No que concerne às características de desatenção, esta criança também 
pode ser considerada tola ou pouco inteligente por quem desconhece o problema. 
O fato é que a criança TDA é constantemente inundada com estímulos que não 
consegue filtrar corretamente. A conseqüência mais evidente é que ela parece não 
conseguir priorizar. Característica que, aliás, é levada adiante na vida adulta. É um 
tanto comum que tenha dificuldades em aprender ou memorizar, isso porque não 
consegue sustentar a atenção e se manter concentrada por tempo suficiente, com 
a intensidade adequada; e não porque não possa, não queira, ou porque seja pouco capaz. Freqüentemente não termina as tarefas que começa, porque algum 
estímulo a atrai irresistivelmente. Até que um outro estímulo a atraia e também 
abandone o anterior e assim sucessivamente, até que por fim se sinta 
sobrecarregada, confusa e não termine o que começou a fazer lá no início. Não 
que seja exatamente ”esquecidinha” ou ”cabeça-de-vento”, mas o turbilhão de 
acontecimentos e coisas por fazer em sua mente acabam lhe trazendo problemas 
em reter informações e dar cabo de suas tarefas. Com tantos pensamentos e 
imagens ocupando sua mente, sua memória pode ser mais bem definida como 
”vaga lembrança”. Por exemplo, é muito comum que a criança TDA, assim como o 
adulto, passe por situações como esta: ela está na sala fazendo algo, dá-se conta 
de que precisa de alguma coisa que está no quarto, e no caminho de um cômodo 
para outro esquece-se do que ia fazer. Ainda por cima, pode ver alguma coisa 
neste ínterim e também esquecer de continuar o que estava fazendo na sala. O 
que aconteceu no trajeto entre a sala e o quarto? Ela estava ”caraminholando”, 
como se diz. Pensando em várias coisas ao mesmo tempo, na alta velocidade do 
cérebro TDA. Por que esquece o que estava fazendo na sala? Porque não 
conseguiu filtrar o novo estímulo que se apresentou. Foi atraída para ele, em vez 
de deixá-lo para depois, para quando concluísse a primeira tarefa. E assim 
repetidamente até não conseguir terminar nada do que começou e nem reter 
informações por tempo suficiente. Diferentemente de uma pessoa com 
dificuldades intelectivas, ela se dá conta do prejuízo que isso acarreta, percebe o 
que está acontecendo de errado e sofre. Em uma criança, esses prejuízos podem 
ser percebidos mais intuitiva do que racionalmente. 
 Assim, o que foi visto até aqui é que crianças TDAs possuem dificuldades 
muito específicas derivadas de seu também muito específico funcionamento 
cerebral, e que isso não deve ser confundido obrigatoriamente com tolice, má-
educação ou dificuldades intelectuais. Só que, como é enorme o desconhecimento 
do problema, é exatamente isso o que acontece na grande maioria dos casos. Não 
se precisa descrever o enorme rombo causado na auto-estima de crianças que 
assim são rotuladas, que ouvem diariamente esses rótulos que lhes atribuem e 
dos quais não sabem como podem se defender. Afinal, elas nem sabem que 
podem se defender. Elas acabam mesmo acreditando em tudo o que se diz delas, 
sob a forma do olhar desaprovador da reprimenda ou do ar complacente do 
sentimento da pena. 
 Em família pode-se observar claramente o desenrolar desse processo. A 
criança TDA (principalmente a hiperativa/impulsiva) com freqüência é punida com 
castigos físicos e é comum que seja julgada pejorativamente como mal-educada, 
insuportável e até mesmo má. Não são poucos os comentários que se fazem do 
caráter de uma criança TDA. Ela costuma ouvir sobre o quanto é má e do quanto 
”papai do céu” irá castigá-la. Até mesmo previsões de seu futuro acaba ouvindo, 
de como será uma pessoa desagradável e impopular e outros comentários do tipo 
”se você morrer hoje, ninguém irá ao seu enterro”. Como realmente tem 
dificuldades de controlar seus impulsos e se mete em confusões e 
desentendimentos em família e com outras crianças, acaba acreditando no que lhe 
dizem. Preocupa-se com castigos divinos e se irá para o inferno. Esse protótipo de 
”pestinha” ouve diariamente uma avalanche de ”nãos”, ”pára”, ”sai daqui”, ”fica 
quieto”, muito mais do que qualquer outra criança. Não é difícil chegar à conclusão de que essa criança sentirá que há algo errado e que ela é um estorvo. Com 
freqüência maior que a média, crianças TDAs, principalmente as mais hiperativas, 
expressam seu sofrimento e sentimento de rejeição, ora dizendo que irão fugir de 
casa, ora que são ”infelizes” e querem se matar. 
 Como se não bastasse, a criança TDA também pode ocupar o lugar de 
bode expiatório da família, principalmente entre os irmãos. Embora todos 
reclamem o quanto de aborrecimentos essa criança traz para o meio familiar e o 
quanto seria melhor se ela não existisse, crises inexplicáveis poderão surgir em 
família se começar a ser tratada adequadamente e surgirem resultados positivos. 
Paradoxalmente, o tratamento pode até ser boicotado se a sua melhora ameaçar o 
sistema familiar que encontrou seu ponto de equilíbrio nessa criança problemática. 
Um exemplo claro é o fato de os irmãos se acostumarem na cômoda posição de 
filhos ”normais” e, engenhosamente, colocarem a criança TDA na posição de 
culpada e causadora de todas as brigas. Mesmo quando ela não for, dar-se-á um 
jeito e prontamente lá estará ela na posição de ré novamente. E, como é freqüente 
ela causar confusões mesmo, os pais e/ou cuidadores tenderão a pensar dessa 
forma, sem se preocupar com uma investigação mais detalhada dos conflitos. 
 Por outro lado, também não parece justo acusar impiedosamente os pais 
e/ou cuidadores e a família por tudo. Imagine o transtorno causado por uma 
criança que literalmente ”quica” pelas paredes, parece ser incansável e não tem 
hora nem lugar para brincar, mesmo que seja bater bola na sala, em meio a todos 
os móveis e objetos de valor, ou então que vive literalmente no mundo da lua. 
Freqüentemente, as situações provocadas pela impulsividade ou distração da 
criança DDA detonam brigas entre outros membros da família. O pai briga com a 
mãe, o irmão com o pai, a mãe com a avó e todos com a criança! Alguns membros 
da família são acusados de serem severos demais e outros, complacentes. E 
ninguém entende nada quando percebem que a mesma criança que não consegue 
se concentrar nos deveres escolares, passa horas a fio grudada no vídeo game. 
Ora, para quem não compreende as características da síndrome, a conclusão 
aparentemente óbvia é que ela não ”quer nada com a hora do Brasil”. 
 O mais importante é buscar informações sobre o comportamento 
inadequado da criança, antes de se concluir que ela apresenta ”caráter duvidoso” 
ou que é simplesmente grosseira. Quanto mais informações e educação acerca do 
transtorno, melhor para a criança e a família. No decorrer do tratamento, a família 
recebe algumas orientações sobre como proceder em situações específicas.


Mentes Inquietas, Edição Revisada e Ampliada, FONTANAR, 2009.